Fertilização In Vitro
A fertilização in vitro (FIV) é um procedimento de alta complexidade em Reprodução Assistida indicada para casais com dificuldade de engravidar devido a diversos fatores femininos e masculinos. Nela a fertilização dos óvulos pelos espermatozoides ocorre em ambiente controlado fora do corpo da mulher, no laboratório, criando embriões que são então transferidos para o útero ou congelados. Os princípios fundamentais de um tratamento de FIV incluem:
- Estimulação ovariana: A mulher é submetida a um tratamento hormonal para estimular seus ovários a produzirem múltiplos óvulos em um ciclo menstrual. O objetivo é maximizar as chances de sucesso no tratamento. A resposta ovariana é monitorada de perto por meio de ultrassonografias.
- Coleta de óvulos: Quando os óvulos estão maduros, eles são captados por meio de um procedimento minimamente invasivo chamado punção folicular, realizado e guiado por ultrassom transvaginal e sob anestesia geral leve.
- Coleta de espermatozoides: O sêmen do parceiro é coletado, preparado e tratado para aumentar as chances de fertilização e evolução embrionária.
- Fertilização: No laboratório, ocorre a fertilização propriamente dita. Em alguns casos, a injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI) é usada para auxiliar na fertilização, especialmente quando há problemas de qualidade seminal.
- Cultura embrionária: Os embriões são cultivados em incubadoras por vários dias até que atinjam a fase de blastocisto.
- Seleção de embriões: Os embriões são selecionados para transferência para o útero da mulher ou são criopreservados para uso em transferências futuras.
- Transferência de embriões: Um ou mais embriões são transferidos, geralmente após cinco dias de cultivo. É um procedimento simples, guiado por ultrassom, que geralmente não requer anestesia.
- Teste de gravidez: Após um período de 10 a 14 dias após a transferência, um beta-hcg é realizado para determinar se a gravidez foi bem-sucedida.
Algumas das situações mais comuns em que a FIV pode ser recomendada incluem:
- Homens com alteração seminal, como baixa contagem de espermatozoides, redução da motilidade ou problemas de morfologia espermática;
- Homens com azoospermia (ausência de espermatozoides no ejaculado);
- Homens vasectomizados;
- Mulheres que realizaram laqueadura tubária;
- Mulheres com tubas uterinas obstruídas ou danificadas, como sequelas de infecções pélvicas, cirurgias prévias e endometriose;
- Mulheres com endometriose e infertilidade;
- Idade avançada da mulher e baixa reserva ovariana;
- Casais com ISCA (Infertilidade sem causa aparente);
- Falha em tratamentos anteriores, como coito programado e inseminação intrauterina;
- Casais com alterações genéticas, quando há risco de transmissão das doenças genéticas à prole.
É importante ressaltar que a decisão se a Fertilização in vitro é o tratamento adequado para o casal deve ser feita em consulta com o médico especialista, que pode avaliar a situação individual de cada paciente e recomendar o caminho mais apropriado para se atingir o tão desejado sonho do bebê em casa.